Edição deste ano contou com apoio institucional e participação do Projeto GEF Biogás Brasil, que é liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente e conta com o CIBiogás como principal entidade executora. Fórum aconteceu em Santa Catarina e foi realizado por CIBiogás, Embrapa Suínos e Aves e Universidade de Caxias do Sul, com organização da Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos das Produções Agropecuária e Agroindustrial. A sexta edição do Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano (FSBBB) reuniu 771 inscritos de 16 estados brasileiros e 13 países, de 16 a 18 de abril, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC). Foi a maior edição do evento desde sua criação, consolidando a ampliação do diálogo setorial. O evento contou com 10 painéis temáticos, além de eventos paralelos e visitas técnicas a plantas de biogás e biometano. O Fórum foi realizado por CIBiogás, Embrapa Suínos e Aves e Universidade de Caxias do Sul (UCS), e foi organizado pela Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos das Produções Agropecuária e Agroindustrial (Sbera). O evento teve apoio institucional do Projeto GEF Biogás Brasil, que é liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility, ou GEF) e conta com o CIBiogás como principal entidade executora. Integrantes da equipe técnica e representantes de entidades do Comitê Diretor do Projeto GEF Biogás Brasil participaram de cinco palestras do Fórum. O coordenador do Projeto e assessor da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (SETEC) do MCTI, Gustavo Ramos, foi moderador do painel intitulado “Biogás bem feito”. Além de conduzir o diálogo entre os palestrantes, o coordenador destacou o papel do biogás na diversificação da matriz energética nacional em direção à economia verde. “O potencial brasileiro de descarbonização é enorme e temos um papel fundamental nesse sentido. Há muito espaço para avançar e proporcionar maior segurança energética ao país. Além disso, temos a oportunidade de estruturar e expandir as questões relacionadas ao saneamento e aos serviços ambientais, ao aproveitamento de resíduos e à economia circular. Somente com a integração dessas cadeias e com a organização e mobilização a níveis regional e local é que iremos, realmente, aproveitar todo o potencial existente e de uma forma mais rápida”, disse Gustavo Ramos. O diretor de desenvolvimento tecnológico do CIBiogás e coordenador de projeto de biogás no GEF Biogás Brasil pela UNIDO, Felipe Marques, participou do mesmo painel como debatedor. Ele falou sobre desafios importantes para o aproveitamento do biogás em todas as suas formas. “Além do desafio técnico, existe um desafio de mercado que precisa de um esforço específico. Porque se você pega uma planta de biogás que só produz energia elétrica, ela está fazendo 30% do que poderia realizar”, explicou Felipe Marques. Além de fonte sustentável de eletricidade, o biogás pode gerar energia térmica, combustível biometano, CO2 para uso industrial, fertilizante orgânico e outros subprodutos, dando um fim rentável e sustentável a resíduos orgânicos agroindustriais e urbanos. O especialista em gestão de projetos no GEF Biogás Brasil pela UNIDO, Bruno Neves, foi palestrante no painel “Capacitações Técnicas e Mercado de Trabalho”. Durante a palestra, ele reforçou outros benefícios importantes da produção de biogás: a geração de emprego e a redução de emissões de gases poluentes. “A cadeia de valor do biogás tem o potencial de gerar até 800 mil empregos através da redução de 642 milhões de toneladas equivalentes de CO2 por ano. Então, estamos gerando empregos e reduzindo milhões de toneladas de emissões”, disse Bruno Neves, mencionando dados apurados pelo Projeto GEF Biogás Brasil em parceria com a Associação Brasileira do Biogás (ABiogás). Tratando de políticas públicas voltadas para o setor, o auditor fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Sidney Medeiros, participou de um painel sobre valorização de atributos do biogás. O MAPA faz parte do Comitê Diretor do Projeto GEF Biogás Brasil. Durante o painel, o auditor falou sobre caminhos possíveis para empreendedores e produtores rurais acessarem políticas de estímulo à produção de biogás, como o plano ABC+. “Mais especificamente no caso da agenda do biogás e do biometano, o plano ABC+ fomenta a adoção da implantação de biodigestores para produção de biogás e purificação de biometano. Proporcionamos todo um aparato para que isso aconteça, desde capacitação e prestação de assistência técnica, até a existência de linhas de crédito. Existe uma linha específica de crédito no plano ABC+ à qual o produtor tem acesso com juros diferenciados e carência mais atrativa para a adoção dessas práticas”, explicou Sidney Medeiros. O engenheiro e superintendente de energias renováveis na Itaipu Binacional, Rogério Meneghetti, foi moderador de um painel focado em modelos de negócio voltados para a geração de energia elétrica. Itaipu também faz parte do Comitê Diretor do Projeto GEF Biogás Brasil. O superintendente destacou alguns aspectos importantes da discussão feita durante o painel, como o aumento da demanda nacional por eletricidade e as soluções oferecidas pelo biogás. “Achei interessante as falas dos painelistas sobre os picos de consumo que estamos tendo no Brasil, e também o aumento de consumo ao final dos dias. O biogás pode aumentar a geração de energia. Novos modelos de negócio, como microrredes, podem viabilizar o biogás em diversos locais. Além disso, o apoio das instituições que compõem o Projeto GEF Biogás Brasil e colaboram com a discussão regulatória para o setor é essencial”, disse Rogério Meneghetti. A diretora executiva da Associação Mundial de Biogás (World Biogas Association, ou WBA), Charlotte Morton, participou da abertura do Fórum e acompanhou os painéis do evento. A WBA é uma associação comercial global sediada em Londres, no Reino Unido. Segundo a Charlotte, a entidade está atenta ao papel do Brasil no setor.
“Pela perspectiva da WBA, este é um ano muito empolgante para o Brasil, que irá sediar o G20. Há várias oportunidades para que nós aproveitemos o G20 para promover o alinhamento de mecanismos de políticas públicas e de compromissos para aumentar a produção de biogás”, disse Charlotte Morton. A diretora executiva também participou de um encontro da Rede Mulheres do Biogás, que ocorreu entre as atividades paralelas do Fórum. O grupo foi criado em 2021 para conectar e empoderar mulheres do setor de biogás. Segundo a coordenadora de governança da rede, Leidiane Mariani, o encontro no Fórum teve o objetivo de promover o networking e o compartilhamento de experiências. Segundo dados apresentados pela rede durante o encontro, 32% das vagas de emprego no setor de energias renováveis são ocupadas por mulheres, sendo poucas em cargos de liderança, o que mostra um desafio setorial para alcançar a igualdade de gênero. “Realizamos várias reuniões, mentorias, eventos, troca de conhecimento, para a gente se apoiar na missão de empoderar mulheres em busca de equidade de gênero no setor de biogás e biometano do Brasil. Novamente, estamos no Fórum, realizando esse encontro presencial e oportunizando que as mulheres façam networking entre elas para se fortalecerem”, contou Leidiane Mariani, que foi premiada na categoria “Melhor Profissional” do Prêmio Melhores do Biogás deste ano durante cerimônia no FSBBB. Cerca de 60 profissionais do setor de biogás e biometano participaram diretamente de palestras e debates ao longo dessa edição do Fórum, com 12 empresas e organizações apresentando diversos cases de sucesso. Além dos painéis, eventos paralelos e do Prêmio, essa edição contou com o “Momento Startupsde Biogás”, espaços de negócios e visitas técnicas a plantas de biogás. Saiba mais sobre o projeto GEF Biogás Brasil em https://www.gefbiogas.org.br Os comentários estão fechados.
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