Representantes do governo de Mato Grosso visitaram plantas de biogás apoiadas pelo projeto GEF Biogás Brasil no Paraná para conferir boas práticas do setor. Governo de MT estuda ampliar a produção de biogás do estado por meio da produção agroindustrial, da agricultura familiar e da gestão sustentável de resíduos urbanos. Projeto GEF Biogás Brasil é liderado pelo MCTI, implementado pela UNIDO, financiado pelo GEF e conta com o CIBiogás como principal entidade executora. Comitiva de MT, parceiros e especialistas do projeto GEF Biogás Brasil visitaram usinas de biogás em Castro e Ponta Grossa (PR). Foto: UNIDO Representantes do Governo de Mato Grosso fizeram visitas técnicas a três plantas de biogás de parceiros do projeto GEF Biogás Brasil no Paraná para conferir a viabilidade técnica e econômica de diferentes arranjos produtivos envolvendo a produção de biogás e biometano.
A comitiva visitou, em maio, no município de Castro, a usina de biogás da Chácara Marujo e a planta de biogás da Cooperativa Castrolanda, que recebeu apoio técnico e financeiro do projeto para a melhoria de suas operações. Em seguida, foram até a usina termelétrica a biogás de Ponta Grossa. A equipe também se reuniu com representantes da Cooperativa Castrolanda e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Paraná (Sebrae-PR). As visitas foram organizadas e acompanhadas por especialistas do projeto GEF Biogás Brasil, que é liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e conta com o CIBiogás como principal entidade executora. Integraram a comitiva mato-grossense o secretário adjunto de Estado de Desenvolvimento Regional, Celso Banazeski; o secretário adjunto de Agronegócios e Investimentos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Anderson Martinis Lombardi; a coordenadora do Núcleo de Assuntos Internacionais da Casa Civil do Estado de MT, Rita de Cássia Oliveira Chiletto; o presidente da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Renaldo Loffi; e o engenheiro da Superintendência de Desenvolvimento Rural da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), Aurilineu Tizot. Da parte do projeto GEF Biogás Brasil, participaram o especialista em Gestão de Projetos, Bruno Casagranda Neves, e o especialista em Cadeia de Valor, Emilio Beltrami, ambos consultores da UNIDO. “Nosso intuito foi apresentar experiências concretas de negócios de biogás aos representantes do Governo de MT. As três plantas visitadas representam diferentes arranjos produtivos, tanto na agricultura familiar quanto na agroindústria e na gestão de resíduos sólidos urbanos”, explicou o especialista em Gestão de Projetos do GEF Biogás Brasil e consultor da UNIDO, Bruno Casagranda Neves. Segundo Neves, as plantas visitadas no Paraná representam projetos de alto impacto e replicabilidade, podendo servir de modelo para outros estados brasileiros. “Nossa expectativa é desenvolver a cadeia de valor através de uma abordagem setorial. Durante a visita técnica, exemplificamos como a integração de agentes públicos e privados se constitui como o alicerce desse processo”, disse o especialista. O biogás é uma fonte renovável de energia, combustível e biofertilizante produzida a partir de resíduos orgânicos da produção agroindustrial e de resíduos sólidos urbanos. O aproveitamento energético desses resíduos permite a estruturação de uma economia circular, mitigando emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), reduzindo a utilização de combustíveis fósseis no país e evitando a poluição do solo e de recursos hídricos pelo descarte inadequado de rejeitos. Investimentos na cadeia de valor do biogás também resultam em novos empregos verdes, inovação tecnológica e sustentabilidade energética de cidades e negócios. O secretário adjunto de Estado de Desenvolvimento Regional de MT, Celso Banazeski, acredita que os exemplos de boas práticas apontados pelo projeto GEF Biogás Brasil podem ajudar a superar desafios do mercado mato-grossense de biogás. “Entendo que os maiores desafios dos empreendedores são a necessidade de se fazer estudos de viabilidade econômica e o conhecimento técnico necessário para compreender a importância da utilização dos resíduos para a geração de energia com ganho econômico e ambiental”, disse Banazeski. “Da parte dos empreendedores públicos, os maiores desafios são organizar consórcios e o setor privado para aproveitar os resíduos gerados pelas residências e empresas, e encontrar meios para financiar projetos de implantação de sistemas de geração de bioenergia”, completou o secretário adjunto. A coordenadora do Núcleo de Assuntos Internacionais da Casa Civil do Estado de MT, Rita de Cássia Oliveira Chiletto, vê o biogás como fator importante de competitividade econômica e sustentabilidade ambiental. “Sabemos que o MT é um dos maiores produtores da agropecuária e está na vanguarda desse setor no país. Então, para o estado que hoje é líder em produção nacional e conservação, o biogás adiciona um componente indispensável que identifica a nossa responsabilidade e o nosso comprometimento com o meio ambiente. Esse aspecto ambiental é fundamental, ao lado do social, que é incluir, por exemplo, os pequenos produtores da agricultura familiar, e inseri-los nessa produção”, disse a coordenadora. O engenheiro da Superintendência de Desenvolvimento Rural da Seaf-MT, Aurilineu Tizot, disse que o estado está em busca de soluções para a inserção de pequenas propriedades na cadeia de valor do biogás. “Mato Grosso é considerado hoje o celeiro do mundo. Estamos em busca de novas tecnologias e de estudos de caso que possam ser relevantes para a agricultura familiar no que tange às pequenas propriedades. Para isso, temos que ter o foco nas unidades compactas e unifamiliares, assim como nas formas de coleta e transporte de dejetos para cooperativas, associações e mini-indústrias. Também estamos em busca de tecnologia para a demanda do produto final desses processos”, explicou Tizot. Além dos benefícios ambientais e sociais, o secretário adjunto de Agronegócios e Investimentos da Sedec-MT, Anderson Martinis Lombardi, apontou as vantagens do biogás para a redução de custos e o potencial de geração de novas fontes de renda. “Ao utilizar o biogás como fonte de energia, gerado pelos resíduos das próprias propriedades agrícolas, é possível reduzir seus custos operacionais, principalmente os relacionados à energia elétrica. Esta atividade gera autonomia e circularidade no sistema produtivo. Além disso, a redução de custos com eletricidade pode ser repassada aos consumidores, resultando em tarifas de energia mais baixas e beneficiando toda a população local”, disse o secretário adjunto da Sedec. “A possibilidade de comercialização do excedente de energia elétrica gerada a partir do biogás é outra viabilidade econômica. Em muitos casos, a produção de biogás é superior à demanda da propriedade, o que permite a venda do excedente para a rede elétrica, gerando uma fonte adicional de receita para o produtor rural”, complementou Lombardi. O especialista em Cadeia de Valor do projeto GEF Biogás Brasil e consultor da UNIDO, Emilio Beltrami, indicou possibilidades de apoio do projeto à dinamização do biogás em Mato Grosso. “Os modelos de negócio que o nosso projeto realizou na Região Sul são considerados exemplos de boas práticas do setor no Brasil. O projeto conseguiu mostrar a viabilidade econômica e tecnológica dos investimentos relacionados ao gerenciamento de biomassa através do biogás, do biometano e do processo de gestão de dejetos. Nessa lógica de desenvolvimento de uma cadeia produtiva e de valor com foco em biogás, podemos orientar sobre as práticas que podem ser replicáveis em Mato Grosso. Já temos um cronograma dessas atividades com o governo de MT que envolve, além das visitas técnicas, ações de transferência de tecnologia”, disse Beltrami. Saiba mais sobre o projeto GEF Biogás Brasil em gefbiogas.org.br Os comentários estão fechados.
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