Matéria editada do site do Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano (FSBBB), utilizando dados da cobertura oficial. Para ler a matéria original do jornalista Fábio Canhete, clique aqui. Fotos: FSBBB (Roberto Lemos) O painel 11 do 5º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano (FSBBB), ocorrido em 19 de abril, focou na diversidade de produtos obtidos a partir do biogás, como o hidrogênio e os hidrocarbonetos.
O hidrogênio verde – produzido com o uso de energias renováveis – pode ser gerado por meio do biogás, e ambos são fontes sustentáveis de energia e combustível. “Essa rota que queremos, que o biogás passe onde ele possa virar inúmeros produtos e aplicações,” comentou o moderador do painel, Rafael Menezes, coordenador-geral de Tecnologias Setoriais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e coordenador do projeto GEF Biogás Brasil. O projeto GEF Biogás Brasil é liderado pelo MCTI, implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e conta com o CIBiogás como principal entidade executora. Cinco convidados palestraram durante o painel: Simone Souza, da organização Roundtable on Sustainable Biomaterials (RSB), Lúcio Ricken, da empresa 3Di Engenharia, Nicolle Monteiro, da empresa S&P Global, Marcos de Oliveira Costa, do fundo alemão GIZ, e Ansgar Pinkowski, da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK). Simone Souza, especialista em biomateriais sustentáveis da RSB, falou sobre oportunidades e novas rotas de valorização do biogás e de biocombustíveis. “Temos o desafio na aviação, no transporte marítimo, onde existem poucas opções de descarbonização. Uma vez que temos um produto com baixa pegada de carbono, é importante a gente traduzir isso para o mercado,” disse a especialista. Lúcio Ricken, diretor técnico da 3Di Engenharia, apresentou o projeto de uma biorrefinaria modular aplicada principalmente em plantas com indústrias alimentícias. “Hoje, quando falamos em alto consumo, na superação do gás natural, você tem o custo de 1/3. Podemos entregar um combustível verde,sim, é possível. Entramos no ramo alimentício porque é um mercado descoberto, com muito consumo de gás natural. Entramos em uma oportunidade de alto consumo, sem contar na pegada do baixo carbono e nos créditos”, comentou Ricken. Nicolle Monteiro, especialista sênior de preços nos mercados de açúcar e biocombustíveis na S&P Global, trouxe para o painel o tema “Biogás e a Agenda Global de Descarbonização”. Ela afirma que é necessário pensar em políticas de estado, e acredita que esse setor está subutilizado e que há muito espaço para desenvolvimento: “Precisamos olhar o que o mundo necessita, e temos essa opção viável, sim. Eu fico muito feliz que o biometano é uma realidade a curto prazo, não uma realidade para 2030, é uma realidade hoje”. O especialista Marcos de Oliveira Costa, do fundo alemão GIZ, trouxe a experiência de sua instituição com o tema. “Estamos em mais de 150 países e, no Brasil, há mais de 60 anos. Implantamos, junto com o CIBiogás, uma planta de hidrogênio verde e biogás. Temos a necessidade e o interesse de diversos players. Neste momento, a Alemanha quer diversificar cada vez mais os parceiros e as fontes energéticas”, disse o especialista. Ansgar Pinkowskim, diretor de Transição Enegética e Sustentabilidade da AHK, apresentou um comparativo entre a Alemanha e o Brasil. Em território, o Brasil é 24 vezes maior que a Alemanha. Ao mesmo tempo, segundo o diretor, o país europeu tem 19 vezes mais usinas de biogás que o Brasil, o que mostra que há muito espaço para crescimento desse mercado em território brasileiro. “O Brasil tem as condições climáticas e geográficas, acesso hidrográfico, energia solar e da biomassa, e tem como atender a todos os mercados. O Nordeste para a exportação; aqui no Sul e no Sudeste, onde tem aglomeração da indústria, é possível atender por meio dabiomassa. Mas, precisamos que esse produto seja mais competitivo para se tornar atraente”, explicou o diretor. Os comentários estão fechados.
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