- Especialistas de empresas e entidades setoriais discutem benefícios da integração do biogás ao setor de cervejarias em webinar do projeto GEF Biogás Brasil em parceria com o CIBiogás. - Projeto GEF Biogás Brasil é liderado pelo MCTI, implementado pela UNIDO, financiado pelo GEF e conta com o CIBiogás como principal entidade executora O Projeto GEF Biogás Brasil, em colaboração com o CIBiogás, reuniu especialistas de empresas e entidades setoriais para apresentar as oportunidades de negócios do biogás para o setor de cervejarias durante webinar ao vivo realizado no final de julho.
Participaram do webinar o consultor de Negócios do Sebrae-PR, Emerson Lourenço, o especialista corporativo de Utilidades da Heineken, Marcelo Rondina, o sócio executivo da Luming Inteligência Energética, Rael Mairesse, e o analista ambiental do CIBiogás Leonardo Lins. O evento foi moderado pela consultora da UNIDO em parceria com o CIBiogás, Daiana Gotardo Martinez, que é especialista em capacitação pelo Projeto GEF Biogás Brasil. O Projeto é liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e conta com o CIBiogás como principal entidade executora. “Hoje, o Brasil se posiciona entre os cinco maiores produtores de cerveja do mundo, e em todos os estados do nosso país nós temos ao menos uma cervejaria”, conta a especialista Daiana Martinez. “Todas as cervejarias enfrentam desafios de gestão e tratamento dos resíduos gerados a partir do processo de produção. A biodigestão é uma oportunidade de tratamento e de geração de um ativo energético dentro desse processo industrial”, explica Martinez. Durante sua apresentação, o consultor do Sebrae-PR Emerson Lourenço falou sobre o panorama do setor cervejeiro no contexto da produção de biogás. “O setor de cervejarias representa 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, com um faturamento aproximado de 77 bilhões de reais, e gera impacto em diversos setores da economia. O biogás é uma oportunidade para o aproveitamento dos resíduos gerados pelo setor para a geração de energia e combustível. Os três principais substratos que geram biogás atualmente nesse setor são a levedura, o bagaço de malte e a terra diatomácea”, diz Lourenço. O analista do CIBiogás Leonardo Lins focou sua apresentação no aproveitamento energético dos resíduos de cervejarias. “Divulgamos uma nota técnica que detalha a produção de biogás nesse setor e a geração de energia elétrica, térmica e combustível, além da recuperação de CO2. A região Sul tem hoje o potencial de produzir 128 milhões de Nm3 de biogás por ano, com o Rio Grande do Sul representando 43% desse potencial e as indústrias de grande porte sendo responsáveis por 96% desse potencial. O resíduo do setor cervejeiro é contínuo, e é possível fazer o aproveitamento energético desse resíduo por meio da digestão anaeróbica. Uma opção para as pequenas indústrias viabilizarem esse aproveitamento é por meio da codigestão, com a mistura de dois ou mais resíduos. Além disso, o biogás pode substituir fontes não renováveis, como a lenha e combustíveis fósseis”, explica Lins. O sócio executivo da Luming Rael Mairesse falou de sua experiência com a produção de biogás no setor privado. “Sempre pensamos na Luming em como transformar passivos ambientais em ativos econômicos, e existe um grande potencial para isso no biogás. Uma das primeiras plantas de biogás para geração de energia elétrica da Ambev no mundo fica em Guarulhos (SP), e trabalha com microturbinas ao invés de geradores, por conta da vantagem de que não é necessário se preocupar com a composição do gás para manter uma produção contínua. O mesmo sistema é usado em uma unidade da Ambev em Ponta Grossa (PR), que não exige uma demanda operacional relevante. Foi a primeira planta net zero da ABInBev na América Latina”, conta Mairesse. O especialista corporativo da Heineken Marcelo Rondina reforçou as vantagens do biogás em sua apresentação no webinar. “A Heineken chegou no Brasil em 2010, e hoje é a líder no segmento premium. Temos atualmente um consumo anual em nossas fábricas de mais de 900 mil toneladas de vapor. Nas cervejarias onde temos o aproveitamento do biogás na caldeira, cerca de 40% do biogás gerado foi transformado em energia, o que representa de 4 a 6% de redução do consumo de energia térmica nessas cervejarias”, diz Rondina. “Nosso objetivo é transformar todo esse potencial em energia elétrica e térmica para reduzir custos e preservar o meio ambiente. Nossas principais dificuldades são rompimentos de tubulação e vazamentos por conta da deterioração provocada pelo H2S. Além disso, componentes que precisam ser importados demoram a chegar nas fábricas, o que dificulta a operacionalização”, explica o especialista. Assista à gravação do webinar pelo canal do Projeto GEF Biogás Brasil no YouTube. Os comentários estão fechados.
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